Por que algumas mulheres vendem a sua primeira vez?
Não é muito comum, mas sempre dá o que falar: algumas mulheres decidem vender a virgindade a quem oferecer mais. E alguns homens estão dispostos a desembolsar quantias colossais para deflorar essas jovens. Mas como explicar esse fenômeno?
Vender sua virgindade a quem oferecer mais. É uma tradição entre as gueixas, no Japão. E é uma novidade entre as jovens ocidentais. É claro que não são muitas as que trocam a primeira relação por dinheiro, mas isso sempre dá o que falar.
Uma modelo norte-americana recentemente vendeu sua virgindade por 2 milhões de dólares. Uma jovem francesa fez o mesmo por 1,2 milhões de euros. Toda vez que isso acontece, a história é amplamente divulgada. Mas como elas chegam a esse ponto? Por que esse fenômeno está acontecendo?
Um psicólogo e sexólogo e um sociólogo tentaram desvendar essas história para o jornal francês Le Figaro.
Capitalismo e efeito reality-show
Muitas hipóteses podem explicar essas escolhas. Para começar, isso tem origem em um capitalismo levado ao extremo. “Hoje em dia, a gente acredita que tudo pode ser comprado, vendido e negociado. E isso foi amplificado pela internet. Esse tipo de fenômeno é só um extensão da OLX”, afirma Philippe Arlin, sexólogo e psicólogo, no Le Figaro. Mulheres jovens e virgens são raras no mercado da prostituição. Por isso elas são muito procuradas, e seu valor de mercado é bem alto.
Também existe um efeito “reality-show”. Essas histórias lançam a protagonista nos holofotes. Além de ficar rica bem rápido, a jovem ganha uma fama temporária nas mídias. “Essas virgens viram celebridades de um dia que pensam ‘Por que trabalhar duro se eu posso ter tudo rápido e sem esforço?’”, explica o sociólogo Denis Monneuse nas colunas do Le Figaro.
E tudo isso vem junto, é claro, com a desvalorização da sexualidade. A perda da virgindade não é mais necessariamente um ato reservado ao homem amado.
Um paternalismo apreciado
No lado dos compradores, essa vontade de tirar a virgindade de uma mulher também tem diversas explicações. Para começar, o prazer de ser o primeiro – e, no caso, o único – a conseguir alguma coisa.
Um sentimento paternalista também vem inflar o orgulho do comprador: “o homem que paga acredita que vai ensinar alguma coisa à jovem, que vai cuidar dela”, descreve o sociólogo Denis Monneuse. Por fim, ainda existe o prazer de reviver uma primeira vez, o que traz de volta a juventude.
O sociólogo lembra das consequências de um ato desse tipo tanto para as virgens quanto para os compradores: embora o nome não seja revelado, essa história pode persegui-los por toda a vida. E ainda encorajar outras mulheres a trocar a virgindade por dinheiro.